quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Um dia e um copo d´água

E aí me pego a escrever novamente. A tentativa dessa vez é escrever alguma coisa que seja ordenada, que siga uma lógica e que, ao mesmo tempo seja um pouco menos poética do que venho escrevendo.
Confesso que tenho mania de racionalizar muita coisa. Ainda é difícil admitir que penso às vezes antes mesmo de até sentir. Enfim... Sou assim. Não sou perfeito. As pessoas não são perfeitas. Entretanto, esse é um problema meu e ninguém mais merece receber a culpa disso. Se é que existe culpa no fato de eu ser assim mesmo.

Existe?

Bom...

Certa vez me peguei a olhar do meu apartamento, de frente para o aeroporto de Guarulhos no Planalto Paulista, para o meu carro zero. Estacionado na rua. Era noite.
Manja quando você chega depois do trabalho e tá cansado?
Pensei:
_ Legal... Tenho apartamento. Carro novo. Casa toda mobiliada. Moro de aluguel. Mas tenho uma cozinha com fogão... Geladeira... Armários... Televisão e sofá...

Ah!

Além disso, uma esposa, que apesar de não ser da forma como eu imaginava - como eu queria ou idealizava - estava ali.

Pronto.

Não me sentia completo.

Tudo aquilo que sonhei. Ou o sonho de muitos outros. O que a sociedade sonhou... Não era aquilo que eu queria! Rs! E que sonho pobre era esse!
Me sentia sufocado. A coitada da minha ex-esposa tomou as dores.
Mas, pensando bem... De coitada ela não tinha nada!
Puta menina chata do caralho!
Controladora, possessiva, persuasiva, frigida... São vários os motivos que servem como meus instrumentos de fuga. Entretanto, do mesmo jeito, características dela.
Pois é, meu amigo, sonhei o sonho dos sonhos, mas não me dei conta de que não era com ela com quem realmente queria viver aquele sonho.
Como diria na música de Maria Rita: - “é uma pena, mas você não vale a pena”. “Não passa de uma piada...”
Essa música continua assim...
“De repente cai o nível e eu me sinto um imbecil repetindo e repetindo como um disco riscado”
É uma pena...
Vale a pena sim, escutar essa música na íntegra. Isso sim!
Amantes mal amados. Amores mal vívidos.
Dá vontade de caminhar. E é para evitar recaídas que torno a cutucar.

É a vida...

Parceiro, a parada é doida, e começamos a dar risadas das nossas histórias.

Não é possível ser sempre um cara valente.

Ou é.

Depende.

É muito corajoso largar o barco quando não é aquele que vai te levar para uma ilha segura ou para o destino que você escolheu antes de embarcar.
Mais guerreiro se torna aquele que resolve se atirar às águas para viver algo novo.
A água traz a conotação de algo que está apaziguado. De algo mutável. Mexível, se é que é existe isso. Alguma coisa que lava a nossa alma.
Era isso que eu precisava. E é isso que eu to falando agora.

Você pode perguntar:
_ Quer um copo d´água?

Sem brincadeiras, talvez também seja heróico. Tentar salvar a sua pele. Se tornar um mártir da própria história? Tsc.
É possível guiar o barco para outro lugar.
Se você tiver forças e ainda quiser isso.
E nessas horas lembro que um amigo disse um dia que, o verdadeiro homem é aquele que cresce/ sabe lidar com as suas frustrações.
Cara, essa Maria Rita, deve ter passado umas barras!
Mudanças são necessárias. É assim.

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