sábado, 5 de abril de 2014

Espiando o Facebook. Auto-boicote mais uma vez!

Surge um tempinho vago. Dou logo “aquela” espiadela no Facebook e resolvo me inteirar de como meus amigos tem tocado as suas vidas nesses últimos dias.
Já faz algum tempo que percebi que a minha existência está seguindo numa direção difícil de compreender. Certa vez, alguém me disse que “somos os responsáveis por escrever nosso destino” e, “somos livres para fazer as nossas escolhas, mas escravos das consequências”.
Parece que dedicando alguns minutos como um espectador, eu esteja querendo mirar um estilo de vida que queira seguir, do jeito que alguém sem referência faz para se encontrar, quando, segundo os especialistas, deveria estar no movimento contrário: olhando para mim mesmo, identificando no cerne, nas entranhas da alma, as angústias, aflições, medos, vontades, ou o que quer fosse que estivesse pedindo atenção.
Há duas ou três semanas atrás perdi meu celular. E confesso que estava realmente satisfeito com ele. Eu podia correr e registrar minhas marcas com o mycoach; dava para jogar alguns joguinhos bobos que serviam para distrair; estava conseguindo falar com maior frequência com a Fernanda e com meus primos pelo whatsapp, etc. O dia a dia parecia mais fácil.
Às vezes, sinto culpa por ser tão ausente. Também fico aflito, com sensação de abandono por não escutar uma voz sequer daquelas pessoas que me são tão importantes durante vários dias.
Então, quando me dei conta de que a coisa era maior do que a simples perda de um aparelho como aquele, fiquei desolado e caí no choro. Para mim, significava voltar a ter o mesmo distanciamento e ficar desconectado.
Uma coisa que me deixa confuso e irritado é o fato de saber que, na maioria das vezes, quem esquece ou perde alguma coisa tem o desejo inconsciente de fazê-lo. Por que, afinal de contas, eu desejaria isso para mim? Auto-boicote mais uma vez!
É difícil falar sobre isso (passou-se uma hora desde que comecei a rascunhar esse texto).  


Escutando a mim mesmo


Cá estou eu novamente, tentando escrever. E escrevendo, ora bolas! Como se isso fosse difícil fazer...
Gostaria muito de parar de pensar em mim mesmo. Ou melhor, deixar de ser uma pessoa “umbiguilina”, que vive pensando em si mesma e esquecendo de que existe um mundo maior ao seu redor e, além dela mesma, muitas e muitas outras pessoas.
Contudo, apesar desse sentimento de culpa – o de falar comigo mesmo e deixar de ouvir outra pessoa agora para ouvir a mim mesmo – é natural, aceitável e... Perdoável.
Quem é que não fala consigo mesmo?
Penso até que, se estou me preocupando e me ocupando com outras pessoas, não devo ser tão “umbiguilino” assim. Tenho receio em estar “desencaixado” no mundo.
Li uma pesquisa... Não! Ouvi da Clarissa – minha cunhada e psicóloga – que, as maiores incidências de pessoas que a procuram em seu consultório – pessoas que vão para a terapia – são pessoas com idade de 40 a 60 anos e, pasmem! Jovens na casa dos 25 a 30 anos.
Segundo ela, isso acontece porque é justamente nessa fase da vida que a gente se dá conta de que já não somos mais crianças e que já estamos vivendo com regras, compromissos e lidando com as frustrações – não sei se são palavras dela ou se são minhas mesmo! Rs! Além disso – isso sim, lembro que foi ela quem disse! -, sofremos por não saber exatamente o que queremos.
Até certo ponto, não sabia exatamente o quão era importante sequer realizar as minhas próprias vontades para me satisfazer e ser feliz. Não suportava às vezes ter de brigar para impor o meu espaço e respeitar a mim mesmo. Imaginava que o outro deveria me respeitar “pronto - acabou” e “ponto-final”.
Tudo isso escrito no pretérito-imperfeito e, há algum tempo percebi que o passado não foi tão perfeito assim...
Como culpar ao outro, se a responsabilidade pelas coisas que aconteceram também é minha? Veja bem, sou responsável pelas coisas que faço ou que deixo de fazer, mas não estava sozinho. Contudo, pensar na responsabilidade do outro nessa hora não ajuda. Quando pensamos na responsabilidade do outro em algo que não rolou como a gente esperava, não dá em nada. Somente faz com que voltemos a cutucar a ferida, perceber que ela ainda dói e, ao mesmo tempo, identificar que o que você sentia já não sente mais e que o que dói mesmo é saber que a postura que você tomou não foi a devida – certa; necessária; porém, apresentada de forma errada. Poderia ser de outra forma...
Às vezes ficamos cegos para nós mesmos. Para evitar que isso se repita, estou escrevendo. Procurando em minhas palavras, alguma coisa que está fora do lugar. Ai ai... Talvez o certo seja deixar de falar e começar a me escutar mesmoooooooo!! Rs!