quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Conjecturas

O que pensar da vida, amigo, quando ela te coloca várias dúvidas na cachola?

Talvez não tenhamos que pensar. Ou talvez, tenhamos que pensar sim!

Usar o nosso cérebro na potência máxima que conseguirmos para resolver todas elas.

Outro dia, me peguei pensando na seguinte situação:


"O universo conspira ao nosso favor" 1


Quando sigo a minha intuição 2, acabo sendo levado a uma situação geralmente boa. Preciso apenas da minha autorização e de mais ninguém para atender às minhas vontades e às minhas necessidades.

Minha cunhada disse que para viver precisamos de algo que faça valer à pena, precisamos acreditar que seremos melhores e que vivemos para isso.

Em um momento em que desacreditei que a vida poderia ser diferente, quando acreditei no casual, meu mundo desmoronou.

Depois disso, no fundo do poço, clamei ajuda - e meio que também fui ajudado sem esperar -, alguém veio ao meu socorro.

Minha mãe e minha família continuavam lá de braços abertos... Dei-me conta de que não sabia por onde eu tinha andado e percebi que há tempos não os via. Sentia falta deles. Por onde andei?

Talvez minha cunhada esteja certa.

Lembro de uma música do Nando Reis - segue mais ou menos assim:

"Por onde andei enquanto você me procurava?
E o que eu te dei? Foi muito pouco ou quase nada...
O que eu deixei? Algumas roupas penduradas...
Será que eu sei que você é mesmo tudo aquilo que me faltava?"

Acho que ela estava falando dele mesmo nessa música. E possivelmente eu esteja também falando de mim.

O que você acha?

Ele esqueceu-se dele mesmo e acabou entregando pouco do que ele necessitava. Não sabia que o que ele realmente precisava era dele mesmo.

Ouvi a Ivete Sangalo dizer na Xuxa esse final de semana que ela aprendeu a admitir que ela também tem suas necessidades e que - isso eu imagino, não foi ela que disse - hoje entende que além de satisfazer as necessidades do próximo, necessita atender a si mesma. Teve seu filho e hoje se sente realizada. 3

O ser humano é única e exclusivamente responsável pela sua vida, desde que tenha consciência e saúde para isso.

Na revista Veja li também uma reportagem que contava sobre a experiência de assassinos condenados e das suas experiências com a morte.

Poucos desses prisioneiros sentiam culpa por terem cometido o que, para mim, é o pior de todos os crimes. Na maioria das vezes diziam que foram obrigados a praticar o crime por legítima defesa.

_ Matei ele porque ele reagiu!

_ Se não tivesse atirado, ele poderia ter me matado!

_ O policial deu o primeiro disparo, por isso o matei!

E perceba que nenhum deles estava errado. Possivelmente, a conseqüência da reação das vítimas tivesse sido as mesmas citadas por eles..

Entretanto, ao fazer a escolha de roubar 4, a maioria já havia previsto a possibilidade de matar para se salvar. Portanto, a escolha foi própria, a responsabilidade continua sendo a do assassino.

Dizendo essas coisas, o indivíduo acaba dividindo a responsabilidade do seu ato com a vítima ao invés de assumir o seu próprio erro. 5

E para finalizar, simplesmente posso dizer o seguinte:

Somos responsáveis por nós mesmos e por nossas escolhas. Escolho no que me for tolerável, entender e aceitar o próximo e entender e aceitar a mim mesmo. Deixar a energia fluir e acreditar no Universo.



1 - Lembro que no desenho Avatar, da Nickelodeon, a personagem Ang acaba descobrindo que a energia é algo como a água fluindo pelos pontos vitais e que, necessariamente precisa continuar fluindo.
Entretanto, os pontos vitais - conhecido também por chackras - são pontos de acúmulo energético e, como canais, podem acabar se entupindo e impedir que a energia percorra o seu curso natural.
Dessa interrupção podem surgir doenças psicossomáticas, estudadas pela psicologia e medicina.
O que quero dizer com isso é que, nossas atitudes são regidas por um consenso entre ID, ego e superego também seguindo um fluxo energético. E que, ao ignorar uma dessas etapas - quando, por exemplo, ignoramos as nossas sensações - a chance de algo ficar entupido e conseqüentemente dar errado é muito grande.
Se você compra uma bicicleta com a intenção de curtir um dia de sol e ignora que o seu orçamento não é compatível com essa escolha, vai se sentir culpado depois - o que não é nada legal!

2 - Acredito que a intuição é algo ativo, interagindo com o Universo a todo o momento.

3 - A gente se torna mais capaz de atender as necessidades do próximo, quando estamos satisfeitos com nós mesmos.

4 - Algo criminoso, condenável.

5 - Algumas pessoas me dizem que "assumir o erro" é uma atitude madura. Ainda busco o entendimento do que é ser maduro. Talvez tenha algo a ver com conhecer e aplicar atitudes mais assertivas no dia-a-dia. Creio que o reconhecimento dos próprios erros remete a uma possibilidade de aprender um comportamento mais adeqüado àquela situação. Dessa forma, também à possibilidade de evitar que o fato se repita e aprender a aceitar que se você erra o próximo também pode errar.

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