quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Inacabado

Ontem fui à Igreja ouvir a minha avó cantar com seu coral, Cruz de Malta. Velhinhos com camisas brancas e assessórios com detalhes vermelhos - as senhoras com lencinhos e os senhores com gravatas-borboleta. Todos eles regidos por uma maestrina descendente da Rússia.

É curioso perceber como essa época natalina me envolve e como mexe com meu sentimento. Fico mais detalhista. Mais emotivo. Começa a entregar o que há de melhor em meu seio para o próximo. Ou assim desejo.

Quando dei por mim, estava ajoelhado em um ato de humildade, orando e chorando, tentando dar fim aos meus pecados. E, descartar a culpa que venho sentindo ultimamente.

Dizem que as lágrimas curam. Que às vezes, nos faltam palavras para descrever ou tentar explicar, racionalizando o que acontece. Às vezes, algo toca, comove e foge a sua compreensão. As lágrimas podem ser uma fonte de escape, um canal que guia ao seu verdadeiro eu. E percebo que, ontem, elas me levaram a alguma coisa inexplicável. Saí de lá mais aliviado.

Ao mesmo tempo, também saí com uma baita dor-de-cabeça. Precisei tomar água e tomar um Dorflex para dormir. Antes mesmo de ir para cama, deitei no sofá e por lá fiquei.

Ouço testemunhos. Procuro alguma coisa. Alguma coisa que não sei bem o que é. Tenho dúvidas...

Tento dizer algo mais. Tento, tento e tento entender. E tudo isso pra quê?

Por que essa necessidade tamanha de escrever? Falar por falar? Expressar todas essas dúvidas? Flutuar perdido em busca de uma intuição que dê sentido a tudo isso que venho sentindo? Por quê não se deixar levar apenas?

Vale a pena ponderar todas essas dúvidas!

Tá na hora de olhar um pouco para tudo isso ao invés de ficar pensando, pensando e pensando e usando esse comportamento como um mecanismo de autodefesa.

Então vamos lá!

1 - Por que essa necessidade tamanha de escrever?
Resposta: Porque através desse meio, consigo materializar meus pensamentos, tornando tangível algo que está fora do meu alcance. E refletir de forma mais clara sobre o que me assola.

2 - Falar por falar?
Resposta: Certa vez ouvi que sempre que se diz alguma coisa, não se fala apenas por falar. Sempre se fala para alguém que te escuta - às vezes essa pessoa pode ser você mesmo! O objetivo de falar é minimizar preocupações. Dessa maneira, mudar idéias que podem trazer perturbações.

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